Estudo elaborado em parceria entre o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) aponta que os riscos de homicídios envolvendo os jovens negros moradores em Mato Grosso do Sul são quase três vezes maiores que dos brancos.

A taxa envolvendo esses jovens é de 52,7, para cada 100 mil habitantes contra 22 para o mesmo grupo de brancos. Em 2012, foram 73 assassinatos de brancos, ou seja, um terço dos 209 de negros mortos.
Segundo o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial 2014, do Mapa da Violência, os números não se resumem apenas aos sul-mato-grossenses e se estendem por todo o país.
“Ao observar a violência letal entre jovens pelo componente raça/cor, verificamos que as taxas de mortalidade por homicídio entre jovens negros são superiores em todas as regiões”.
Um exemplo apontado é na região Centro-Oeste, onde está localizado o nosso Estado. Nela, Goiás apresenta a maior disparidade entre os casos, com 108 mortes de negros no universo proposto, contra 41,5.
No Distrito Federal, a quantidade de mortes dos jovens entre ambos é cinco vezes maior no quesito raça/cor.
AUMENTO NO PAÍS
O índice também aponta que a taxa de jovens negros assassinados por 100 mil habitantes subiu de 60,5 em 2007 para 70,8 em 2012. Entre os jovens brancos, a taxa de vítimas de homicídio também aumentou: de 26,1 para 27,8.
Conforme o estudo, em números absolutos, 29.916 jovens foram mortos em 2012. Do total apresentado, 22.884 eram negros e 7.032 brancos. Em 2007, o número de jovens assassinados havia ficado em 26.603, dos quais 18.860 eram negros e 7.443, brancos.
Em entrevista ao portal UOL, a diretora-executiva do Fórum, Samira Bueno, o Brasil precisa considerar a segurança pública como fator de desenvolvimento e ter políticas mais sólidas voltadas aos jovens, sobretudo aos negros. “Reduzimos a desigualdade, mas não conseguimos reduzir a violência”, disse.
O relatório apontou também que a segurança pública precisa incorporar a juventude como um público prioritário.
“Não se trata de investir mais em policiamento. Boas políticas de segurança associam policiamento, prevenção e políticas sociais. O jovem é mais vítima do que agressor”, declarou Samira ao portal.
Com Informações Dourados News